sábado, 15 de maio de 2010

Harlerrot

Erguendo os olhos incrédulos
Bem ou mal, são como seguem as cortinas
Brilhando as luzes como brilham os dias
Reluzindo o mármore que cobre as expectativas
Ao sorrir, ao cair as lágrimas de tinta
Aclamando ao zombar da vida

Ah se o mármore sorrisse além da tinta
E a máscara se quebrasse, e tocasse a Colombina
Saltitando em pleno palco, expressando alegria
Que passam dos olhos, que por trás da máscara
As luzes vêem, e esperam o dia

Quem se dera conta do valor de tanto mimo
Distante da normalidade, calando o silêncio
Ao fluir de luas, puritano maluco
Quem se dera conta do quão bobo e travesso se faz
Irrisível, caricato, levemente sagaz
Entre peripécias e pormenores, do frio mármore
Do anonimato se apraz

Ingenuamente, de roupas largas figurando em meio a vida
Controverso, de ladina poesia
Aguardando o descuido de um lado,
Para de assalto tomar, a loucura ou a rebeldia
Que pinta as faces sobre o mármore
E esconde a realidade sincera, no ato, palco da vida.


Will


Mais que mais palhaços, mais que mais Commedia dell'arte, mais que horas perdidas, menos que eu poderia.

domingo, 9 de maio de 2010

Anjos caídos

Tão perto quanto
Num sentir compadecido
Eu entre eles, todos
Todos anjos, destinos caídos
Não eram agradáveis
Nem tampouco conhecidos
Restando a todo silêncio relutante
Arrancar-lhes as penas d'antes
E alcunhar-lhes, amigos.


Will



Espasmo da madrugada, um beijo e um abraço aos que debaixo das penas dessas asas quebradas estão, aos meu queridos, ocultos, anjos caídos...