Jogado aos trapos, de membros largados, putrefatos sobre o sofá. Entre os espasmos elétricos de mentiras, retratos ilusórios e todos os outros paradoxos da vida, pasmo os olhos pra não ver e embaço a realidade. Embaço, e me abraço a lembranças de ontem e anteontem, tão distantes quanto se pode ver.
Queria os mesmos caninos para morder cartuchos de balas, faiscar a pólvora com os dentes e cuspir sobre as sepulturas dos fantasmas da minha vida. Infelizmente, sou problema. Infelizmente.
E dos outros problemas, sou o que mais irrita, o que palpita e lateja como um câncer que nada objetiva além de matar.
Mas as novidades são escassas e de certo morrem com o que sobra da consciência deste pobre homem, a juntar os cacos nesse baú velho e moribundo.
Vou ficar e apodrecer por esses instantes, até que algo suficientemente bom, de fato, me faça levantar.
Will
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