sexta-feira, 5 de junho de 2009

Psicose e Cronologia

Sabe, hoje relembrei-me de mim mesmo
Reaprendi o que sabia de antemão
O que tinha, sem esforço ou enfoque
Certas coisas, inerentes ao coração
E nelas me ative por certos instantes
Não muito grandes, nem muito complexos
Só mesmo para revê-las, tocar-lhes a face
Nada merecedor de perplexidade
E realmente, na verdade, ainda acho
Que em conjuras, esses pensamentos
Mais merecem a sua parcialidade
Voltada contra mim
Mas não vou pensar em ti, não hoje
Hoje nasci pra pensar em mim

Tanto espaço até aqui, não acha?
E como quem dorme, e não vê a viagem
Digo que não acho, mas o que me diz?
Só me diz o que não quero ouvir

Sabe, hoje me lembrei do que eu quero
E assim também fiz com o que não quero
E simplesmente tudo some ao som da vida
Simplesmente mais uma distração, ao fim.

Acordo dias depois, e vejo que estou no amanhã
Vejo que tudo que pensava estava certo
Que por enquanto meu cretino destino
É linear, previsível e concreto

Já fiz milhares de promessas que não cumpri
Já tive amizades que nunca mais vi
Já possui batalhas que não travei e venci
Já fugi dos outros para fugir de mim
Mais que tudo, cada dia mais
Tudo que vejo, tudo que faço
O que penso, com minuciosos traços
Serve, de certo, para que caia em mim

Mas agora eu percebo
Que já me basta o medo
De perder, de fazer
De passar, atravessar
E vejo que aqui estou eu
Com minhas mãos seladas
Milhares de horas passadas
Mantendo promessas já pagas
Até o dia em que o prazer será seu
De saber o quanto passou, o quanto virá
Simplesmente de quem sou, e passará

Desapercebido os dias passam
E sem noção de hora a vida passa
Mas sou eu, e isso me basta...



Uma dica, esse texto foi escrito na madrugada de 12 de abril de 2008, talvez chegando até o início do dia 13...

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