Lobos e cinzas, neblinas e luas cheias, ou talvez, luas tolas(fool moons), quem sabe?
Sim, luas de um tolo cosmonauta contemporâneo, de um lupino cerberizado pelos delírios do submundo que habita no cerne da terra. Com os olhos cheios de fuligem branca das almas que queimam no tártaro, eis aqui um cego verborrágico que oculta em falácias as verdades nunca antes ditas.
E se não é esse o propósito dessas linhas, desse diário de um louco, não houve propósito algum desde o começo então. E morrerá por assim ser, escritos de um caderno velho, azul e preto¹.
Do contrário, cedendo vida aos versos de um homem morto, essas são prosas, esses são versos, versos que carregam a minha vida, mas que ninguém saberá ler com os meus olhos, o que ja me foi dito certa vez.
São essas as músicas que embalam os dias e os dias que embalam a vida, essa é a introdução da melodia, que ansiosa aguarda a entrada galopante da bateria. Haverá um refrão para brilhar os versos como brilha o dia?
E enquanto aguardo dias e dias, vou lapidando meus dizeres e afiando meus delírios, num trabalho só, uma madrugada eterna que se renova como uma faísca... E faíscas são as únicas coisas que tenho em minha vida...
Will
¹ - Certa vez me peguei lendo o caderno verde de alguém, procure por isso pelos blogs e saberá do que digo
Sim, mais um texto pra falar de mim, pra falar de tudo isso aqui. Pois então, passar bem...
domingo, 27 de setembro de 2009
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Sutilezas da alma
Eis que me uivam aos ouvidos mais uma vez, outra madrugada amaldiçoada.
Os cães da alma que com dentes presos a sua jugular se debatem a fim de jorrar o sangue, e as sutilezas da alma que declinam como a queda do martelo trepidam. Tudo dilacera, dilacera e esmigalha.
A paciência é a dádiva da cólera não gasta, o advento da fúria por acumular. Eis que o jarro quebra e o veneno escorre, escorre e mata. Piedade é a homeopatia do entoxicar, simplesmente não mata, usa do tempo para desgastar.
Os cães que bebem da água do submundo certamente sabem que não verão o amanhecer. Entre cóleras e fúrias, overdoses não hão de os poupar.
Sutilezas da alma são para quem tem o tato para se valer das nove polegadas. Quem enterra, enterrará. Por fim será enterrado, e morrerá. Essas são as sutilezas da alma, você consegue vê-las? Ou envenenado com sua piedade morrerá?
Os cães da alma que com dentes presos a sua jugular se debatem a fim de jorrar o sangue, e as sutilezas da alma que declinam como a queda do martelo trepidam. Tudo dilacera, dilacera e esmigalha.
A paciência é a dádiva da cólera não gasta, o advento da fúria por acumular. Eis que o jarro quebra e o veneno escorre, escorre e mata. Piedade é a homeopatia do entoxicar, simplesmente não mata, usa do tempo para desgastar.
Os cães que bebem da água do submundo certamente sabem que não verão o amanhecer. Entre cóleras e fúrias, overdoses não hão de os poupar.
Sutilezas da alma são para quem tem o tato para se valer das nove polegadas. Quem enterra, enterrará. Por fim será enterrado, e morrerá. Essas são as sutilezas da alma, você consegue vê-las? Ou envenenado com sua piedade morrerá?
sábado, 19 de setembro de 2009
Zenith (Topo dos céus)
A noite os céus que brilham constantes
Ligam seus holofotes, acendem suas estrelas
Para que outros também possam brilhar
Estrelas que tilintam, músicas compostas
Algumas melodias da noite, canções de luar
As cigarras com suas harmonias
Os ventos passam a brincar
Feche seus olhos, e sinta a brisa passando
Sinta a freqüência da mente
Sinta a brisa lunar
Seria esse o meu Zenith?
No topo dos céus a sonhar
A astronomia da música, silente observar
Toca a alma da noite, encanta estrelas a voar
Encantador da mente, noites a poetizar
Ligando pontos em pleno céu, só a desenhar
Poderiam as estrelas por mim soar?
Tilintando seu brilho, e assim cantar?
Feche os seus olhos, e sinta as tocar
Sinta a freqüência da noite
Me façam flutuar
Alcançando o Zenith
O topo dos céus para tocar
Sentado sobre a lua, com os olhos altos
Celeste a observar, tocando notas
Freqüências no céu a brilhar
Desenhando meus próprios sonhos
Letras no céu, no topo do céu
O meu Zenith particular
Ligam seus holofotes, acendem suas estrelas
Para que outros também possam brilhar
Estrelas que tilintam, músicas compostas
Algumas melodias da noite, canções de luar
As cigarras com suas harmonias
Os ventos passam a brincar
Feche seus olhos, e sinta a brisa passando
Sinta a freqüência da mente
Sinta a brisa lunar
Seria esse o meu Zenith?
No topo dos céus a sonhar
A astronomia da música, silente observar
Toca a alma da noite, encanta estrelas a voar
Encantador da mente, noites a poetizar
Ligando pontos em pleno céu, só a desenhar
Poderiam as estrelas por mim soar?
Tilintando seu brilho, e assim cantar?
Feche os seus olhos, e sinta as tocar
Sinta a freqüência da noite
Me façam flutuar
Alcançando o Zenith
O topo dos céus para tocar
Sentado sobre a lua, com os olhos altos
Celeste a observar, tocando notas
Freqüências no céu a brilhar
Desenhando meus próprios sonhos
Letras no céu, no topo do céu
O meu Zenith particular
Contágio da desordem
Olhos nos meus olhos
E a lira aos cerros cala
Queimando desatado
Desordem que embala
E mesmo sem palavras
A alma ainda fala
Respire a revolução
Inalando o barulho
A cada esquina
Ressoando a canção
Soprem aos ouvidos,
Atos confusos, letras da alma
Versos sem conformação
Contágio da desordem
Verdades irrestritas
Pandêmica revolução
Aos que me seguem
Livres a bradar
Gritos que perseguem
Palavras a queimar
Convertem vidas
Mais vidas a brilhar
Respire a revolução
Balançando ao vento
Erguendo a voz
Ressoando a canção
Soprem aos ouvidos,
Atos confusos, letras da alma
Versos sem conformação
Contágio da desordem
Verdades irrestritas
Pandêmica revolução
Abra os braços
Agarre com as mãos
A revolta é sua
Contagiando corações
Pois soprem aos ouvidos
Almas em revolução
Regras vem abaixo,
Olhos nos meus olhos e serão
Embalados pela desordem
Queimando em ação
E a lira aos cerros cala
Queimando desatado
Desordem que embala
E mesmo sem palavras
A alma ainda fala
Respire a revolução
Inalando o barulho
A cada esquina
Ressoando a canção
Soprem aos ouvidos,
Atos confusos, letras da alma
Versos sem conformação
Contágio da desordem
Verdades irrestritas
Pandêmica revolução
Aos que me seguem
Livres a bradar
Gritos que perseguem
Palavras a queimar
Convertem vidas
Mais vidas a brilhar
Respire a revolução
Balançando ao vento
Erguendo a voz
Ressoando a canção
Soprem aos ouvidos,
Atos confusos, letras da alma
Versos sem conformação
Contágio da desordem
Verdades irrestritas
Pandêmica revolução
Abra os braços
Agarre com as mãos
A revolta é sua
Contagiando corações
Pois soprem aos ouvidos
Almas em revolução
Regras vem abaixo,
Olhos nos meus olhos e serão
Embalados pela desordem
Queimando em ação
domingo, 13 de setembro de 2009
Aquário lunar
Já não sei, quando me vem abaixo
E o que sei, inunda o que faço
E a água não, não quer parar
E o tempo não, não vai parar
E essa noite negra, não vai passar
Lua nova, de nuvens escassas
Manipulando, fazendo-me caça
Daquele soturno vulto
Ainda a noite não cessará
As árvores altas não podem salvar
Os meus delírios de inundar
Os vales abaixo
Negros desejos, a afundar
Eu sei, pesadelos ainda sabem nadar
E eu também sei, que árvores altas não podem salvar
Mas deixem essa torneira aberta,
vez outra e certamente, hei de tentar
Frequemente, as noites às vezes choram
E sim, arma, a lua, a sua caça
E o que fazer, com o que restar?
E o que farei, se não nadar?
Subindo a água sem parar
A lua tão alta hei de afogar
Sim, como um aquário
Com delírios, sonhos
Um aquário lunar
Eu sei, a lua não irá afundar
E eu também sei, que árvores altas servem pra enfeitar
Mas deixem meu sonho quieto
O dedico a outrem, este aquário lunar
E o que sei, inunda o que faço
E a água não, não quer parar
E o tempo não, não vai parar
E essa noite negra, não vai passar
Lua nova, de nuvens escassas
Manipulando, fazendo-me caça
Daquele soturno vulto
Ainda a noite não cessará
As árvores altas não podem salvar
Os meus delírios de inundar
Os vales abaixo
Negros desejos, a afundar
Eu sei, pesadelos ainda sabem nadar
E eu também sei, que árvores altas não podem salvar
Mas deixem essa torneira aberta,
vez outra e certamente, hei de tentar
Frequemente, as noites às vezes choram
E sim, arma, a lua, a sua caça
E o que fazer, com o que restar?
E o que farei, se não nadar?
Subindo a água sem parar
A lua tão alta hei de afogar
Sim, como um aquário
Com delírios, sonhos
Um aquário lunar
Eu sei, a lua não irá afundar
E eu também sei, que árvores altas servem pra enfeitar
Mas deixem meu sonho quieto
O dedico a outrem, este aquário lunar
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Através da prata as safiras que choram
Deliberadamente calmo, e hoje, como ontem, anteontem e por assim girar os ponteiros do vital relógio contra seu curso habitual, eu fito os olhos sobre meus olhos no espelho de prata polida da sala de estar. Não me convém bradar contra o mundo que se forma por de trás da prata, não me convém exaltar os ânimos sem que as queixas tenham claro sucesso.
Confesso que sempre admirei a beleza daquele espelho, ornado com enlaces complexos cravados na prata, que brilham onde merece a luz e enegrecem seus veios mais obscuros. Seu espírito gótico embala uma leve dormência contemplativa, um filosofar visual, um exaltar silencioso. Era um belo e antigo espelho de prata polida.
Mas não, hoje em dia o meu interesse não era mais contemplar aquela peça de antiquário, longe disso. Atualmente o que me prendia àquele pedaço de metal brilhante era tão somente a capacidade de ver também o pranto das safiras, jóias de um fantasma alvo.
Objeto algum ao passar por baixo destes minuciosos olhos havia revelado o mundo gelado que a prata aclarava diante de meus olhos. Olho algum havia deitado a vista sobre esse mundo, e nem haveria de deitar.
Eram safiras de gelo as que brilhavam em meio a neve, gelo luzindo sobre gelo. E derretiam, gradativamente derretiam, talvez chorassem de fato. E esse mundo não me alegrava, o oposto, na verdade. Ainda não fora inventada palavra para arremessar em protesto contra um delírio involuntário. Uma pena.
Pois ainda a me incomodar com a glacial ilusão, me perdi em pensamentos vagos, me perdi em acontecimentos vagos, me perdi em uma vida vaga.
Então vendi. Não desejava mais fitar olhos com o frio que derivava daquela peça brilhante, desejava me libertar daquele mundo gelado.
E ao entregar o espelho ao simpático senhor que o comprara, enquanto esse contava as notas de sua velha e desgastada carteira, me ative a um detalhe novo. Justamente por ser um detalhe, sobre um espelho que eu trilhava com os olhos todos os dias, que mais me instigou a verificar. Uma particularidade estranha gravada de forma singela, atrás do corpo do espelho, próximo às costas da moldura, uma inscrição até agora desconhecida por mim:
“Desta prata, o reflexo d’alma”. E assim, entreguei o reflexo da minha alma àquele senhor.
Confesso que sempre admirei a beleza daquele espelho, ornado com enlaces complexos cravados na prata, que brilham onde merece a luz e enegrecem seus veios mais obscuros. Seu espírito gótico embala uma leve dormência contemplativa, um filosofar visual, um exaltar silencioso. Era um belo e antigo espelho de prata polida.
Mas não, hoje em dia o meu interesse não era mais contemplar aquela peça de antiquário, longe disso. Atualmente o que me prendia àquele pedaço de metal brilhante era tão somente a capacidade de ver também o pranto das safiras, jóias de um fantasma alvo.
Objeto algum ao passar por baixo destes minuciosos olhos havia revelado o mundo gelado que a prata aclarava diante de meus olhos. Olho algum havia deitado a vista sobre esse mundo, e nem haveria de deitar.
Eram safiras de gelo as que brilhavam em meio a neve, gelo luzindo sobre gelo. E derretiam, gradativamente derretiam, talvez chorassem de fato. E esse mundo não me alegrava, o oposto, na verdade. Ainda não fora inventada palavra para arremessar em protesto contra um delírio involuntário. Uma pena.
Pois ainda a me incomodar com a glacial ilusão, me perdi em pensamentos vagos, me perdi em acontecimentos vagos, me perdi em uma vida vaga.
Então vendi. Não desejava mais fitar olhos com o frio que derivava daquela peça brilhante, desejava me libertar daquele mundo gelado.
E ao entregar o espelho ao simpático senhor que o comprara, enquanto esse contava as notas de sua velha e desgastada carteira, me ative a um detalhe novo. Justamente por ser um detalhe, sobre um espelho que eu trilhava com os olhos todos os dias, que mais me instigou a verificar. Uma particularidade estranha gravada de forma singela, atrás do corpo do espelho, próximo às costas da moldura, uma inscrição até agora desconhecida por mim:
“Desta prata, o reflexo d’alma”. E assim, entreguei o reflexo da minha alma àquele senhor.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Doce vício
Acredite em mim
Dos meus dedos mal posso
Valer e assim
Não o tenho em meus ossos
Mas procuro encontrar
Nem que seja em vão
Poder lamentar
Caprichos à mão
Doce vício
O de respirar
Doce vício
De ter, provar
Todas as verdades,
Dos erros, maldades
Sim, em algum lugar
Acredite em mim
A verdade é o ópio
Simples assim
Mas tê-la eu não posso
E todo o esforço
Levado ao impulso
Cravar-lhe os dentes
Tomando-a de posse
Doce vício
De respirar
Doce vício
De ter, provar
Todas as verdades,
Dos erros, maldades
Sim, em algum lugar
Sofro, sem mesmo estar
Morto, um corpo sem lar
A realidade
Em imortalidade
Sente, ao degustar
O Doce
E irá provar
Vícios
E sem parar
Sentirá vontades
Sem imortalidade
Sim, perdida ao errar
Quantas músicas, não? Mas é bom... Muito bom...
Dos meus dedos mal posso
Valer e assim
Não o tenho em meus ossos
Mas procuro encontrar
Nem que seja em vão
Poder lamentar
Caprichos à mão
Doce vício
O de respirar
Doce vício
De ter, provar
Todas as verdades,
Dos erros, maldades
Sim, em algum lugar
Acredite em mim
A verdade é o ópio
Simples assim
Mas tê-la eu não posso
E todo o esforço
Levado ao impulso
Cravar-lhe os dentes
Tomando-a de posse
Doce vício
De respirar
Doce vício
De ter, provar
Todas as verdades,
Dos erros, maldades
Sim, em algum lugar
Sofro, sem mesmo estar
Morto, um corpo sem lar
A realidade
Em imortalidade
Sente, ao degustar
O Doce
E irá provar
Vícios
E sem parar
Sentirá vontades
Sem imortalidade
Sim, perdida ao errar
Quantas músicas, não? Mas é bom... Muito bom...
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