quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

... e um próspero ano novo...

Como na noite de natal me dediquei a um texto, dessa vez ficam apenas os desejos de um louco...

Desejo a todos um feliz ano novo, tão insano e dúbio quanto para mim foi 2009. Cheio de poemas de vida e elegias de longas madrugadas.

Sim, vos desejo a felicidade de sonoros acordes e prósperos sorrisos de memoráveis segundos.

E assim, para que o que passou tenha um fim, deixo as poucas palavras que desferi. Então, para que abra o ano com todos estes lívidos laços, deixo-os tranquilos nesta noite, deixo-os meus abraços.

Will

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz natal, amiches

Como de costume, dias importantes merecem algumas de minhas linhas.
Pois bem, escreverei de improviso, e que sejam breves e relevantes na vida de alguém...


Uma hora e quinze de um dia vinte e cinco de dezembro. Olho-me espelhado em uma daquelas intrigantes bolas de decoração, que balança no artificial verde de sua árvore.

Tem idéia do que passou-se até hoje? E quantos vinte e cincos se foram? De forma alguma, tens idéia nenhuma. Passaram-se e foram meus. Mas em uma data como essa em que são pregados tão belos costumes, não vou me negar a partilhar a passagem de meus natais. Sente-se no frio chão e acostume-se ao clima, de ouvidos atentos a ouvir a minha vida.

Quão engraçado pode ser falar com próprio reflexo em um artefato de decoração? Tão engraçado quanto apreciar uma vida minha e perceber o valor disso por tão poucos instantes.

Sim, se passaram alguns vários natais, tão felizes como pregam às honras da festividade. Largos natais de comida infindável meio à família grande de tumulto e risos em demasia. Sabe, é engraçado valorizar o passado, ainda mais por se tratar de passado...

Mas meus natais são belos, e serão sempre belos, cara amiga, bola de vidro... Desde que eu saiba o valor que levam as lembranças de todos os belos dias até aqui...

Will


Um feliz natal a todos, meus amigos. Não fui breve como previa, mas se mal contenho o que faço, definitivamente não se aplicaria ao que crio, que penso...

domingo, 6 de dezembro de 2009

Baú de cacos

Jogado aos trapos, de membros largados, putrefatos sobre o sofá. Entre os espasmos elétricos de mentiras, retratos ilusórios e todos os outros paradoxos da vida, pasmo os olhos pra não ver e embaço a realidade. Embaço, e me abraço a lembranças de ontem e anteontem, tão distantes quanto se pode ver.

Queria os mesmos caninos para morder cartuchos de balas, faiscar a pólvora com os dentes e cuspir sobre as sepulturas dos fantasmas da minha vida. Infelizmente, sou problema. Infelizmente.

E dos outros problemas, sou o que mais irrita, o que palpita e lateja como um câncer que nada objetiva além de matar.

Mas as novidades são escassas e de certo morrem com o que sobra da consciência deste pobre homem, a juntar os cacos nesse baú velho e moribundo.

Vou ficar e apodrecer por esses instantes, até que algo suficientemente bom, de fato, me faça levantar.



Will

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Desconhecido demais

Você, que é de vidro e disfarça
E sempre, quem tira a cara à todo tapa
E mente, vive à soberba de uma errata

Qual humanidade me traz?
E porque tão diferente?

Desconhecido demais
Pra viver inconseqüente
Sagacidade demais
Pra um só recipiente
De alguém como você

E ainda, que é de sangue que escorre
Oculto, que não se sabe onde corre
E sente, que sua vida se esconde

Será assim por quanto mais?
Só agora é que entende?

Desconhecido demais
Pra viver inconseqüente
Sagacidade demais
Pra um só recipiente
De alguém como você

Que em segundos desses dias
Some gradativamente...


Will

Passando por aqui, pra não dizer que o abandono de tudo toma posse...

domingo, 1 de novembro de 2009

Tempos sem fundo

Entre e veja por som
Anos de poços sem fundo
Ecos de iras em vão
Histórias de um beco impuro

Ligue as ondas de um botão
Não são mais que irritantes
Presas aos traços de cor
Carceradas, brilhantes!

Mas se um dia se ver livre
Arrependido verás...
O que fez!

Veja a cor do céu
Acima do mundo!
Vê a verdade de um réu?
Você verá tudo!

Linhas, n’areia do caos e...
Tempos de rimas em mudo
Sábios com termos de sal
Leves cantos de absurdo

Hora, de estancar não mais!
E pouco fazer
Hora, de tempos atrás
Que hoje eu sei

Veja a cor do céu
Acima do mundo!
Vê a verdade de um réu?
Você verá tudo!

Hora de tiros de fel
Livres de pouco assunto
Vê os meus tiros, meu céu?
Você verá tudo!


Will

É, são tempos que precisam de música, de mudança...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Armas e asas negras

Pobre diabo armado, que destila e profere adagas de veneno contra o próprio peito. Pobre dos olhos abaixo, que nunca tocaram o céu, e das mentiras restando tão somente o amargo fel. Deliberado respingar de lágrimas ácidas, mordendo quinas aparadas de marfim, rangendo ao trepidar dos ventos, matando a vida que se ergue abaixo do negro solado que cobre os pés.

O bater da porta é inevitável. Ao sabor de maçãs doces, viajo ao confins do mundo e me recolho. O poetizar da morte, tal qual a lírica da vida, ambos ressoam no mesmo corredor raso das urnas e dos ossuários. Cântido desejo de asas negras, a inflamar o mar de óleo ralo. Em que frases soltas queimam como fósforos esparsos num dia de vento, mas os brilhos em meio a noite perduram e marcam com vermelho os negros olhos da noite.

Esses são os desejos de um matador de aluguel que não se vende, e nem mesmo mata. As últimas palavras do testamento indigente, de um legítimo Zé ninguém. Em que assinado com traços de carvão, sela todas e mais outras promessas, todas elas em vão.


Will

Sei que por hoje algo me corrói, já não é de agora, nem de pouco antes. Sei que por hoje algo me corrói, e hei de cuspir amargo até que sinta denovo palavras doces...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Pierrô Incendiário

Você pode ver
Do alto do terraço
Pontos claros e fumaça
De um brilho que inspira
Comumente ainda vejo
Dias 23 mas nem sempre
Perdido entre noites quentes
As estrelas que cintilam
Livres em fogo ardente

De um fogo abandonado
Chorando lágrimas de cinzas
Pierrô incendiário
Pondo luz a estes dias

Me dê um cálice de gasolina
Para brindar à estas vidas
Atear luz, sorrindo dias
Inspirando a fuligem da vida

Olhos manchados
Da pintura de um bobo
Pierrô, louco ou palhaço?
Que flama poemas em fumaça
Livrado os dias 23
Viverá ele com quais laços?

De um fogo abandonado
Chorando lágrimas de cinzas
Pierrô incendiário
Pondo luz a estes dias

Me dê um cálice de gasolina
Para brindar à estas vidas
Atear luz, sorrindo dias
Inspirando a fuligem da vida

Alastrando a gasolina
Debaixo do céu negro
Agarre um fósforo e faça luz
Atirando ao alto os sonhos
De Pierrô incendiário... Boom!


Will


Nem mesmo meus dias me ajudam a deixar a psicose aflorar, não foi algo deveras inspirado, nem deveras psicótico quanto poderia ser, mas enfim... São corpos pegando fogo do mesmo jeito...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Orkut

Sabe, estava a ler meu orkut e vi que tem coisas legais perdidas pelo perfil, vou dar uma amostra pra ser lembrada e servir de inspiração posterior:


Quem sou eu: "Eu sou tudo que eu e você gostaríamos de ser, e ainda assim gostaria de ser você."

Paixões: "Amo todas as minhas cartas, de um baralho cheio delas, e de todas a favorita, dama, de ouro, é o nome dela..."

Livros: "Éam, nops? Mamãe, eu disse que queria ser engenheiro, brincar com números e entender a tal da física, mas oras, de tempos virei pedreiro, tijolo cimento, cantadas de primeira, é coisa demais. Ler? Não aguento..."

Descrição do trabalho: "Como todo perfeito atrapalhado, acordo, me visto, me malho. Eis que o peso acima do pescoço é deveras incômodo, e todo o vazio denso entre as orelhas incomoda a sanidade. Desde o princípio, que também era o fim, eu pequeno, dando trabalho para mim. Sabe, sou um trabalho feliz, sou um trabalho atrapalhado, sou um trabalho inconstante, mas acho que sou um trabalho amado..."

Will


Sabe, preciso voltar a ter tempo pra tudo isso aqui que gosto muito... Enfim, fora a frase dos livros, as outras são deveras poéticas e profundas, entenda-as como quiser... Boa madrugada...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Há de ser

Desde quando, vai saber
Que não risca o ar, nem eu sei
Certos dias nascem para ser
Loucos dias, e dias pra viver

Saque suas injúrias pra dizer
Palavras na agulha há de ter
Puxe o percursor, o que irá fazer?

Bélico há de ser

Mordendo os lábio pra conter
Impulsos loucos a nascer
Fazendo a mira por fazer
Incertos alvos de acasos sem porque

Saque suas injúrias pra dizer
Palavras na agulha há de ter
Puxe o percursor, o que irá fazer?

Bélico há de ser

Até quando conterá
A língua no gatilho do dizer
Suportando, algum dia...

Bélico há de ser...

Will


Escrever música é algo fenomenal, fazê-la soar é melhor ainda...

domingo, 27 de setembro de 2009

Wolves n' Ashes - Fogs & Full Moons

Lobos e cinzas, neblinas e luas cheias, ou talvez, luas tolas(fool moons), quem sabe?

Sim, luas de um tolo cosmonauta contemporâneo, de um lupino cerberizado pelos delírios do submundo que habita no cerne da terra. Com os olhos cheios de fuligem branca das almas que queimam no tártaro, eis aqui um cego verborrágico que oculta em falácias as verdades nunca antes ditas.

E se não é esse o propósito dessas linhas, desse diário de um louco, não houve propósito algum desde o começo então. E morrerá por assim ser, escritos de um caderno velho, azul e preto¹.

Do contrário, cedendo vida aos versos de um homem morto, essas são prosas, esses são versos, versos que carregam a minha vida, mas que ninguém saberá ler com os meus olhos, o que ja me foi dito certa vez.

São essas as músicas que embalam os dias e os dias que embalam a vida, essa é a introdução da melodia, que ansiosa aguarda a entrada galopante da bateria. Haverá um refrão para brilhar os versos como brilha o dia?

E enquanto aguardo dias e dias, vou lapidando meus dizeres e afiando meus delírios, num trabalho só, uma madrugada eterna que se renova como uma faísca... E faíscas são as únicas coisas que tenho em minha vida...

Will

¹ - Certa vez me peguei lendo o caderno verde de alguém, procure por isso pelos blogs e saberá do que digo

Sim, mais um texto pra falar de mim, pra falar de tudo isso aqui. Pois então, passar bem...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sutilezas da alma

Eis que me uivam aos ouvidos mais uma vez, outra madrugada amaldiçoada.

Os cães da alma que com dentes presos a sua jugular se debatem a fim de jorrar o sangue, e as sutilezas da alma que declinam como a queda do martelo trepidam. Tudo dilacera, dilacera e esmigalha.

A paciência é a dádiva da cólera não gasta, o advento da fúria por acumular. Eis que o jarro quebra e o veneno escorre, escorre e mata. Piedade é a homeopatia do entoxicar, simplesmente não mata, usa do tempo para desgastar.

Os cães que bebem da água do submundo certamente sabem que não verão o amanhecer. Entre cóleras e fúrias, overdoses não hão de os poupar.

Sutilezas da alma são para quem tem o tato para se valer das nove polegadas. Quem enterra, enterrará. Por fim será enterrado, e morrerá. Essas são as sutilezas da alma, você consegue vê-las? Ou envenenado com sua piedade morrerá?

sábado, 19 de setembro de 2009

Zenith (Topo dos céus)

A noite os céus que brilham constantes
Ligam seus holofotes, acendem suas estrelas
Para que outros também possam brilhar
Estrelas que tilintam, músicas compostas
Algumas melodias da noite, canções de luar

As cigarras com suas harmonias
Os ventos passam a brincar
Feche seus olhos, e sinta a brisa passando

Sinta a freqüência da mente
Sinta a brisa lunar
Seria esse o meu Zenith?
No topo dos céus a sonhar

A astronomia da música, silente observar
Toca a alma da noite, encanta estrelas a voar
Encantador da mente, noites a poetizar
Ligando pontos em pleno céu, só a desenhar

Poderiam as estrelas por mim soar?
Tilintando seu brilho, e assim cantar?
Feche os seus olhos, e sinta as tocar

Sinta a freqüência da noite
Me façam flutuar
Alcançando o Zenith
O topo dos céus para tocar

Sentado sobre a lua, com os olhos altos
Celeste a observar, tocando notas
Freqüências no céu a brilhar
Desenhando meus próprios sonhos
Letras no céu, no topo do céu
O meu Zenith particular

Contágio da desordem

Olhos nos meus olhos
E a lira aos cerros cala
Queimando desatado
Desordem que embala
E mesmo sem palavras
A alma ainda fala

Respire a revolução
Inalando o barulho
A cada esquina
Ressoando a canção

Soprem aos ouvidos,
Atos confusos, letras da alma
Versos sem conformação
Contágio da desordem
Verdades irrestritas
Pandêmica revolução

Aos que me seguem
Livres a bradar
Gritos que perseguem
Palavras a queimar
Convertem vidas
Mais vidas a brilhar

Respire a revolução
Balançando ao vento
Erguendo a voz
Ressoando a canção

Soprem aos ouvidos,
Atos confusos, letras da alma
Versos sem conformação
Contágio da desordem
Verdades irrestritas
Pandêmica revolução

Abra os braços
Agarre com as mãos
A revolta é sua
Contagiando corações

Pois soprem aos ouvidos
Almas em revolução
Regras vem abaixo,
Olhos nos meus olhos e serão
Embalados pela desordem
Queimando em ação

domingo, 13 de setembro de 2009

Aquário lunar

Já não sei, quando me vem abaixo
E o que sei, inunda o que faço
E a água não, não quer parar
E o tempo não, não vai parar
E essa noite negra, não vai passar

Lua nova, de nuvens escassas
Manipulando, fazendo-me caça
Daquele soturno vulto
Ainda a noite não cessará

As árvores altas não podem salvar
Os meus delírios de inundar
Os vales abaixo
Negros desejos, a afundar

Eu sei, pesadelos ainda sabem nadar
E eu também sei, que árvores altas não podem salvar
Mas deixem essa torneira aberta,
vez outra e certamente, hei de tentar

Frequemente, as noites às vezes choram
E sim, arma, a lua, a sua caça
E o que fazer, com o que restar?
E o que farei, se não nadar?

Subindo a água sem parar
A lua tão alta hei de afogar
Sim, como um aquário
Com delírios, sonhos
Um aquário lunar

Eu sei, a lua não irá afundar
E eu também sei, que árvores altas servem pra enfeitar
Mas deixem meu sonho quieto
O dedico a outrem, este aquário lunar

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Através da prata as safiras que choram

Deliberadamente calmo, e hoje, como ontem, anteontem e por assim girar os ponteiros do vital relógio contra seu curso habitual, eu fito os olhos sobre meus olhos no espelho de prata polida da sala de estar. Não me convém bradar contra o mundo que se forma por de trás da prata, não me convém exaltar os ânimos sem que as queixas tenham claro sucesso.

Confesso que sempre admirei a beleza daquele espelho, ornado com enlaces complexos cravados na prata, que brilham onde merece a luz e enegrecem seus veios mais obscuros. Seu espírito gótico embala uma leve dormência contemplativa, um filosofar visual, um exaltar silencioso. Era um belo e antigo espelho de prata polida.

Mas não, hoje em dia o meu interesse não era mais contemplar aquela peça de antiquário, longe disso. Atualmente o que me prendia àquele pedaço de metal brilhante era tão somente a capacidade de ver também o pranto das safiras, jóias de um fantasma alvo.

Objeto algum ao passar por baixo destes minuciosos olhos havia revelado o mundo gelado que a prata aclarava diante de meus olhos. Olho algum havia deitado a vista sobre esse mundo, e nem haveria de deitar.

Eram safiras de gelo as que brilhavam em meio a neve, gelo luzindo sobre gelo. E derretiam, gradativamente derretiam, talvez chorassem de fato. E esse mundo não me alegrava, o oposto, na verdade. Ainda não fora inventada palavra para arremessar em protesto contra um delírio involuntário. Uma pena.

Pois ainda a me incomodar com a glacial ilusão, me perdi em pensamentos vagos, me perdi em acontecimentos vagos, me perdi em uma vida vaga.

Então vendi. Não desejava mais fitar olhos com o frio que derivava daquela peça brilhante, desejava me libertar daquele mundo gelado.

E ao entregar o espelho ao simpático senhor que o comprara, enquanto esse contava as notas de sua velha e desgastada carteira, me ative a um detalhe novo. Justamente por ser um detalhe, sobre um espelho que eu trilhava com os olhos todos os dias, que mais me instigou a verificar. Uma particularidade estranha gravada de forma singela, atrás do corpo do espelho, próximo às costas da moldura, uma inscrição até agora desconhecida por mim:
“Desta prata, o reflexo d’alma”. E assim, entreguei o reflexo da minha alma àquele senhor.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Doce vício

Acredite em mim
Dos meus dedos mal posso
Valer e assim
Não o tenho em meus ossos
Mas procuro encontrar
Nem que seja em vão
Poder lamentar
Caprichos à mão

Doce vício
O de respirar
Doce vício
De ter, provar
Todas as verdades,
Dos erros, maldades
Sim, em algum lugar

Acredite em mim
A verdade é o ópio
Simples assim
Mas tê-la eu não posso
E todo o esforço
Levado ao impulso
Cravar-lhe os dentes
Tomando-a de posse

Doce vício
De respirar
Doce vício
De ter, provar
Todas as verdades,
Dos erros, maldades
Sim, em algum lugar

Sofro, sem mesmo estar
Morto, um corpo sem lar
A realidade
Em imortalidade
Sente, ao degustar

O Doce
E irá provar
Vícios
E sem parar
Sentirá vontades
Sem imortalidade
Sim, perdida ao errar



Quantas músicas, não? Mas é bom... Muito bom...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O mundo aos olhos de quem vê

Hoje, chegando mais uma vez a incrível marca de ter mais um texto que sobrevive exclusivamente pelos meus delírios, ponho-me a delirar novamente, e quem passar e ler, o fará furtivamente, como quem lê o que não deve, como quem bebe do que não pode...

Pois bem, escreverei novamente de improviso, para ver até onde as teclas tocam-me a inconsiência, falarei do que me impuseram hoje, falarei de todos, falarei de você.

E me contaram, que o mundo é o retrato dos olhos que o vê, nada mais que outro eu, uma tosca cópia de você. Em hora, me puseram em cheque a consiência, a minha filosofia a minha praticidade de vivência.

De certo o almoço não é dos melhores horários para indagar meus próprios fantasmas, deixá-los falar aos ventos e expôr suas falácias performáticas. Pois bem, atirando a esmo novamente, de madrugada, as mentiras se fazem verdade, mas meus olhos não vêem meu mundo. E eu me encerro em palavras...

O seu mundo não passa do hálito nebuloso da alma, como um eterno dia frio pra quem respira procurando ar. O seu mundo não passa de algumas poucas experiências, mas não as torne em mentiras apregoadas pelos olhos, o seu mundo existe, ainda pode ser tocado, não pertence aos ceus domínios, mas ainda tangem o alcance de seus braços.

Viva pelos olhos e o que te pertencerá serão apenas as mentiras que insiste em enxergar, mas lhe são desleais e o matam. Pois então viva pela tato da alma, e verás que podes tocar o mundo em verdade, sem medo de lhe parecer falso, sem que seja visto pelos olhos de quem mente.

Meu mundo é o que sou, não o que penso, sou o que sou, não o que vêem, minhas verdades são o que sinto, e delas alimento a mente.

O mundo aos olhos de quem vê não passam de ondas com fragmentos de verdade, o mundo aos olhos de quem o vê não me atinge, nem mesmo pertenço a esse plano de existência.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Mais fumaça do que névoa

De certo ja sabe que não estás a ler as palavras de uma pessoa certa de sua sanidade, ou de algum carola da normalidade. Pois bem, eis uma citação para falar de mim:

"ele era muito magro, de uma magreza cadavérica, como são magros certos loucos obcecados por uma idéia, porque o pensamento doente devora a carne do corpo mais do que a febre ou a tuberculose."

Guy de Maupassant


Essa citação é de um livro de Guy de Maupassant que vi solta na internet. Verdadeira.

Estou escrevendo novamente sob o vel da morte que acolhe os meus despontes, minhas faíscas. Não é a primeira vez.

Mas sim, certos loucos que têm da carne o deguste da insanidade devem por meio de algum mistério ter sua carne devorada e roído os seus ossos até que não reste nada. Assim seja, intrépida infante do obscuro. Cedo meus ossos e minha carne para que se perverta com a minha loucura, que corre as veias e envenena a alma.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Catarina Guilhotina

E eu, que queria paz
Tranqüilidade, e nada mais
Perdi meu senso, a sanidade
Te desejando, cada vez mais
Na imoralidade da liberdade
Essa menina levou minha paz

Por onde passa, deixa fumaça
E o vento que ela arrasta
Corta cabeças, sim, ela mata
A Catarina, essa menina
De furacão, a mesma graça
Corta cabeças, sim, ela mata
Da Guilhotina, ninguém escapa

Montada sempre em duas rodas
Cabelo ao vento, queimando estrada
Foragida, como falsária
Uma golpista, com dons de ladra
Ao som do aço, voando longe
Sem qualquer amarra, sem nada mais

Por onde passa, deixa fumaça
E o vento que ela arrasta
Corta cabeças, sim, ela mata
A Catarina, essa menina
De furacão, a mesma graça
Corta cabeças, sim, ela mata
Da Guilhotina, ninguém escapa

E eu, que queria a paz
Agora o alcool, e nada mais
Perdi meu senso, a sanidade
Perto de ti, copos atrás
Na insensatez, da embriaguez
Brindando hoje, ao que não tenho mais


Em tempos outra letra... Liberdade e outra tentativa de musicalidade. Nessa extensão densa do meu eu, sim, liberdade. (2 atualizações)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Faça o que não existe

Corpos ao chão por anos
E o cheiro pútrido de eras
Onde a morte perdura
E a vida todo dia morre

Nestes restos atearei fogo
E roubarei as cifras dos olhos
As cinzas jogarei n’água
E os espíritos em esquecimento
Para olhar nos olhos
Das cabeças, do que resta
Olhar para os pertencentes ao chão
E recitar meus delírios
Declarar-lhes a morte epopéica

Olhem me nos olhos, almas mortas
E acalmem seus cinco punhos
Olhem me nos olhos, olhem para baixo
E retornem do profundo,
Do distante inferno em que se acham

Novamente vos ponho fogo
Novamente vos jogo à água
Novamente vos roubo
Novamente vos remeto ao limbo

Calem seus protestos e vão
Minhas incômodas recordações
Já mortas pelos olhos
E tão somente pelos olhos
Aguardem à beira do Lethe
Até que outro dia chegue
De invocar e matar novamente
A minha perdida sanidade
As lembranças que não existiram


Agora então tirando o pó deste lugar sombrio e solitário novamente, só para que não fique em abandono mesmo, faz muito tempo que não sinto os dedos coçarem pra escrever algo, mas é a vida... Embora eu goste de trocar palavras com meu próprio e talvez o possível alter-ego nessas linhas corridas de um blog, estou de saco cheio. Passar bem, adieu.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Enfim essa noite termina

Antecipando, esse será mais um post de falatório.

Aliás, até agora, se minhas contas estiverem certas, eu postei uma quantia de 20 textos próprios, incluindo os textos que estão no blog da Dee e os links estão aqui. Claro que entenda textos por coisas que eu escrevi como poemas, músicas, narrativas e etc... Óbvio que descontei os posts de falatório, como apresentações e esse aqui.

Encerrando, essa noite dos mortos vivos termina aqui, devo ter um ou outro texto velho sobrando pra postar, mas os que merecem(os menos piores) estão aqui. Existem também os inacabados a décadas, mas isso é história pra outro dia.

Bons sonhos a todos, tenho prova de física III amanhã, me desejem sorte...

Serenata de Duas

Entre sonhos livres, me perdi
E destes, porque estou aqui
Lábios cerrados, olhos fechados
Alucinando, perdido em mim

Iluminando, tentando ver
Dos meus lírios, sempre gastos
Das palavras, geralmente simples
Viver, meus minutos, meus laços

Venho todos os dias, a saber
Que de branco, embora negro
Cubro-me, e me alegro
Sorrindo, pelos dias em haver

E com suspiros, ainda me levo
Tomando o ar, ganhando
De tempos em tempo, ainda perdendo
Por mim, por ti e por todos eles



Esse é mais recente...

Um Segredo Compartilhei

Vou te contar um segredo, e que daqui não saia, nem de mim, nem de ti. Quero te dizer que a vida tem seus vários caminhos e suas incríveis e incontáveis faces, dizer-te que os vários tapas também foram abraços e que as várias lágrimas hoje me são imensuráveis sorrisos.

Revelá-lo vou, portanto não tema, a vida é mais que a espera da morte, e talvez(se já não o é), muito mais que o dito fim. E de fins se fazem começos, dos começos se fazem vidas, e com vidas se fazem mágicas. Espetáculos se montam todos os dias, e deles vemos shows. Não me desaponte criança, brilhe à luz da noite, e dela faça dia, amanheça com o ballet das estrelas e dance ao som do vento. E que um sorriso, um e tantos outros, seja brisa. Brisa constante, que carrega as esperança, os sonhos, pra muito além das estrelas que cobrem o céu.

Saiba que sua vida não é só sua, e não está só em você, saiba que o calor da sua alma vai além do que você, por enquanto, ainda suspeita. Saiba que você não é você, e que hoje, é melhor do que poderia ser ontem. E assim olhe a sua volta, e reconheça que você está ali, e quando pessoalmente não estiver, ao menos seu sutil toque continuará a mover algumas das pequenas coisas, e que seu cheiro estará sempre naquele ar.

Assim, viva por momentos, e sobreviva por pessoas. E que se tornem fotos, das quais nunca esquecerá, todas as cenas da memória de uma vida. Adiante verá, e com o mesmo ar da saudosa canção do exílio, se arremeterá às suas palmeiras, e aos seus sabiás.

Portanto respire fundo e sinta queimar segundo a segundo o que está vivendo, saiba que você está ali e que vale a pena. E aqui, vão contigo essas poucas linhas, para que ao longo da vida se lembre delas e diga que um segredo compartilhei, e que com ele, contigo fui também, assim como direi que comigo você está.



Esse é tão velho quanto parece, um dos primeiros também...

O Realejo

De todas as coisas
Dentre todos os modos
Medos, credos, segredos
Eu ouço o realejo, ainda ouço o realejo
Meus sonhos, pesadelos, querendo brincar

Excentricidade é só o que vejo
Loucura, lúcida, desejo

Tragam-me a noite
Os dias, assim, a minha vida
Perdida, a beira da estrada
Vagando, querendo dançar

Eu quero o ópio, luxúria da mente
Enquanto ainda penso, ainda como gente
Um brinde a gasolina que desata a queimar

Eu sonho, eu ainda sonho, com meus dias a passar
Eu vejo, eu ainda vejo, tudo a volta girar
E nada disso me tira da loucura, de viver, poder gritar


Mais uma tentativa de música, eu sei lá se devo continuar com isso xD

Psicose e Cronologia

Sabe, hoje relembrei-me de mim mesmo
Reaprendi o que sabia de antemão
O que tinha, sem esforço ou enfoque
Certas coisas, inerentes ao coração
E nelas me ative por certos instantes
Não muito grandes, nem muito complexos
Só mesmo para revê-las, tocar-lhes a face
Nada merecedor de perplexidade
E realmente, na verdade, ainda acho
Que em conjuras, esses pensamentos
Mais merecem a sua parcialidade
Voltada contra mim
Mas não vou pensar em ti, não hoje
Hoje nasci pra pensar em mim

Tanto espaço até aqui, não acha?
E como quem dorme, e não vê a viagem
Digo que não acho, mas o que me diz?
Só me diz o que não quero ouvir

Sabe, hoje me lembrei do que eu quero
E assim também fiz com o que não quero
E simplesmente tudo some ao som da vida
Simplesmente mais uma distração, ao fim.

Acordo dias depois, e vejo que estou no amanhã
Vejo que tudo que pensava estava certo
Que por enquanto meu cretino destino
É linear, previsível e concreto

Já fiz milhares de promessas que não cumpri
Já tive amizades que nunca mais vi
Já possui batalhas que não travei e venci
Já fugi dos outros para fugir de mim
Mais que tudo, cada dia mais
Tudo que vejo, tudo que faço
O que penso, com minuciosos traços
Serve, de certo, para que caia em mim

Mas agora eu percebo
Que já me basta o medo
De perder, de fazer
De passar, atravessar
E vejo que aqui estou eu
Com minhas mãos seladas
Milhares de horas passadas
Mantendo promessas já pagas
Até o dia em que o prazer será seu
De saber o quanto passou, o quanto virá
Simplesmente de quem sou, e passará

Desapercebido os dias passam
E sem noção de hora a vida passa
Mas sou eu, e isso me basta...



Uma dica, esse texto foi escrito na madrugada de 12 de abril de 2008, talvez chegando até o início do dia 13...

Por Lupo Batizado

Sou uma criança com seus problemas
Uma alma insana e com mais alguns dilemas
Sou o que balança à ventos e tornados
Algo perdido em todos os achados
Sou a sua inconsciência e o seu meditar
Somente a fé com medo de acreditar

Sou o que completa em detalhes um cartão postal
Estranhos gostos de alegrias em comum
Sou a piada de todo dia, é o que me faz normal
Sou vários, e também sou um

Sou reflexo dos que me cercam
E estes são de mim reflexos também
Sou tudo o que pensam e falam
Toda a sua indecisão, e talvez algo além...

Sou quem olha aos céus pra viver na terra
Quem procura paz até em meio à guerra
Sou quem gosta do pandemônio tocado em suaves acordes
Quem a paz procura nos barulhos maiores
Sou o desatento que se apega a pequenos detalhes.
Minha solução, e também todos os meus entraves

Sou a felicidades em suaves prestações
E todas a perder de vista
Sou a ligação de todas as relações
Sou eu, algum tipo de egoísta

Sou a capacidade de lutar e o primeiro a pacificar
Sou a falta do que fazer e a preguiça cheia de querer
Sou a vontade de ferir e a força de suprimir

Sou eu e todas as extensões de mim mesmo
O que dorme por si e acorda por mais que isso
Algum louco que dispara à esmo
Sem alvo ou objetivo desde o início
Sou o planejado que dá errado e os sucessos dos acasos
Aquele que vibra com sorrisos e se derrete com abraços

Sou o todo das partes de um único viver
O solitário que adora estar em grupo
Sou o que me queriam, e ainda sim, sou o melhor que posso querer ser
Algo a que um dos nomes é dito Lupo.



Outro "quem sou eu". Relativamente tão denotativo quanto deveria ou poderia ser...
E os revival's continuarão até que não sobre mais nenhum texto, afinal isso aqui vai virar minha biblioteca, e eu não conseguirei escrever nada novo até que não me reste nada mais de antigo para expôr...

Por enquanto adeus...

Nascido do branco
Inspirado à grafite
Tingido a cinza, borrado à sombra
Levando vazios e brancos
Todos a prática estática
Em traços curtos, incertos
Ainda sim corretos

Areias correm
Dias passam
E aqueles pequenos bastões de sonhos
Perdidos, retornados ao branco
Ainda com seus lugares bem cravados
Sem exceção
Aguardam em apatia dormente
Saudosos de um amigo
De uma vida
De um sonho, de repente...



Outro remember. Acho que esse pede uma interpretação do próprio autor. Ele faz referência a minha saudade de desenhar. Sabe, desenhar ja foi um hobby muito forte meu, e eu adorava ele. Mas um tempo atrás, muito tempo na verdade, eu passei a não conseguir desenhar mais, não ter inspiração e/ou paciência pra fazer os desenhos, mesmo tendo vontade. Enfim, esse falta de desenho veio com o aparecimento da vontade de escrever, acho que meu cérebro não consegue suportar tantos hobby's artísticos. Mesmo que de vez em quando eu tenha uma recaída, digamos que praticamente eu não desenho mais. Mas ainda digo que: Eu desenho, eu escrevo e eu toco contra-baixo, mesmo que nenhuma das três habilidade seja muito boa a ponto de dizer que eu faço isso muito bem. Enfim, falei demais, foi pra compensar o texto pequeno...

Somente siga a batida

Dias vadios, assim
Insípida melodia.
Eu vejo sorrisos, também
Nada além de insossos dias
Meus olhos vêm abaixo, então
Também são estes escuros dias

Palavra não há, irrelevante
Coma...

Morte? Renego
E se não há, no entanto
Saída, apelo, algum jeito, então...
Digo que aceito
E que sirva de pretexto, para que
Todas as noites eu siga esse preceito
Então, que deixem soar todas
As urnas e sepulturas vazias
E deixem, deixem correr
Em algumas horas,
Todas as luzes de um longo dia
E siga a batida, a verdadeira
A que dá vida à melodia
E ao menos faça da morte uma bela dança
Que seja melhor que uma vida vazia
De outros, alguns, e mais tantos dias
E espero, que de dias
Minhas noites sejam repletas
Então mantenha a ritmo
E deixe viva a melodia



Sabe, é intrigante reler aquilo que algum dia você escreveu, é soberbo sentir denovo aquela ponta de sentimento que foi a faísca para toda a explosão que se espalha em letras. Estou gostando das escavadas.

Ego e Vida

Por onde passam todas essas balas?
Por quanto as disparam?
Há dias não consigo me ouvir
Há dias rajadas me calam
O que fazer quando o ego supera a vida?
E os meus anjos desatam a chorar?
Salvem suas lágrimas
Eu ainda não consigo me ouvir
Salvem suas lágrimas
Hoje não estou aqui
Salvem suas lágrimas
Somente o ego não pode chorar

Ébrio, egoísta embebido em palavras próprias
Ignorante, perdido em fogo amigo
Eu ainda não ouço os disparos
Sem saber por onde passam
Carniceiro, procurando carcaças.
Caminhando insensível, perdido

O que fazer quando o ego supera a vida?
Lívido em fogo amigo, sob balas perdidas?
Salvem suas balas
Ainda não posso sentir
Salvem suas balas
Egoísta, embebido em mim
Salvem suas balas
Não há como matar o que não tem vida
Não há como morrer quando sequer estou aqui


Outro ex-perfil. Alías, cansei de seguir a política de no máximo 1 post por dia, ninguém lê, ninguém acompanha, não preciso seguir metódicamente algo que me prende em meu mundo. Nada me prende em meu mundo.

Campos familiaris

Noite sem brilho e sem lua
Clara e chamativa, no entanto
Brilhos de sonhos refletidos no gelo
Cintilantes desilusões
Diga comigo: Você é o cão, o cão!
Repita, sem forças, não verei um não
Novamente no mesmo jardim, na mesma rua
Elíseos campos, lindas rosas
Corra, ensandecido quadrúpede
Não me desaponte os instintos
Não me negue o prazer da raça
Fraca sua vontade, forte sua resposta
Pequeno seu espírito, grande sua presença
Imposta. Vontade contradita.
Só pare e veja o eterno amanhecer
Perdida foste
Vontade da caça
Liberdade da vida
Insano conteúdo, doce capacidade
Corre e inunda, o sangue pelas veias
Muito além de atados
Braços cruzados
Pelo jardim passam, pela vida correm
Como cães, em suas passadas de patas
Sente-se e tome um biscoito, pulguento...



Outro texto antigo, certa vez foi um "quem sou eu" no orkut. Que por sinal era o lugar em que eu despejava minha vontade de escrever. Um retrado de Ookami Blue.
E que fiquem as verdades entre as linhas. Verdades desde muito tempo...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Dia para Batalhar

Dia obscuro, dia chuvoso.
Aqui estou eu no campo de batalha
Sem reação, sem emoção.
Debaixo do gelo da minh'alma,
todos os sentimentos
incorporam-se num só.
Dentro do meu peito,
meu coração pulsa angustiado.
Oculto em minha mente,
o medo permanece.
O vento passa por mim como uma lâmina.
O sangue escorre no fio da espada.
Corpos ao chão.
A morte constantemente comigo, porém,
a honra a minha frente me resguarda.

Dia de matar, dia de morrer.
A terra treme sob homens de coragem.
Gritos ecoam aos quatro cantos da terra.
A emoção do combate invade meu ser.
Escudos bradam.
Espadas ao alto desprestigiam o sol.
Nobres homens abandonam seus medos
e elevam seus espíritos.
A vontade se reflete na espada.
Os sentimentos são revelados.
Os céus vertem lágrimas.
O ar está denso.
Os rios ferozmente percorrem
seus inevitáveis caminhos.
Por alguns instantes,
homens e natureza são um só.

Em minhas veias,
a adrenalina corre mais rápido.
O sangue ferve.
A saudade me da força e vontade de voltar.
Minha terra me espera.
A fúria controla meus movimentos
e consola meu espírito atormentado.
Minha honra deflagra em força,
que queima ao meu redor.
A concentração amplifica meus sentidos
e me liberta do medo.
Minutos parecem eternos
E o tempo não passa.

No campo de batalha
o sol está se pondo,
indicando o fim.
A neblina desce dos céus
Como se consolasse as almas
que ainda estão lutando.
O vento cessou.
Porém chuva não para.
Mas minha hora ainda não chegou.
E vou passar o que resta de meus dias
Vivendo pela espada
Longe da minha terra,
longe de mim
Pela glória de uma batalha.



Olhando pelos títulos de arquivos na minha pasta "Doc" eu me deparei com este velho "poema" ou seja lá o que for. De qualquer forma, definitivamente ele vale a ressurreição, vale ser citado, vale ser lembrado. Cortando o falatório, foi o primeiro texto que me animei em fazer por hobby no pc (definitivamente tenho preguiça de escrever a mão), e esse texto que iniciou esse meu hobby de hoje, essa fuga do jeito engenheiro, essa expressão do meu próprio mundo.

Além do mais, estou cansado de postar textos mal formatados que escrevo por aqui na hora só pra matar a vontade de escrever algo. Outras ressurreições virão, boas, ruins, sempre velhas. Adieu.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Olhos de ontem, olhos azuis

Como uma pequena criança
Com alguns lápis na mão
Escrevendo, desenhando a vida
Seguindo com a canção
Na densa neblina, o passado
Esquecido desde então

Querendo não ver, sentir
Aos olhos ocultar, suprimir
Uma pá de terra sobre ontem
Cobrindo hoje e amanhã

Mas ao olhar para esses seus olhos
E perder-se inconstante
Perceber que nada mais
Era como antes
E ao olhar para esses seus olhos
E enxergar só o passado
Sentindo-me tão azul
Revivo a vida de ontem
Largado ao som do blues

Aquelas mentiras, tão líricas
que cantavam antigas canções
Aqueles dias, tão lívidos
Que trazem recordações
Gastam a minha alma
Esgotam a minha calma
Tiram-me a sanidade
E a passageira felicidade

Mas meus olhos buscam
O que de sempre rejeito
Me punem, me afligem
Mas ainda cedo ao desejo

E ao olhar para esses seus olhos
E perder-se inconstante
Perceber que nada mais
Era como antes
E ao olhar para esses seus olhos
E enxergar só o passado
Sentindo-me tão azul
Revivo a vida de ontem
Largado ao som do blues

E ao olhar para esses seus olhos
Viver o passado no presente
Relembrar outra vez
E reanimar-me descontente
E ao olhar para esses seus olhos
Que refletem o passado
Que tingem de azul
Ontem, hoje e amanhã
E dão mais sabor ao meu blues


Quanto tempo, não? Enfim recuperando o direito de ter problemas, a vontade de escrever. Espero continuar com eles, não são tudo que há de melhor, mas são meus.

Por hoje resolvi tentar a sorte com algo tipo uma letra de música, não está lá muito estruturada, nem muito boa, saiu de hora mas serve.

Bom início de frio a todos(embora eu fale às paredes). Adieu.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Um nada pra fazer que rendeu várias coisas

Como de fato eu ando um vaso oco, um vidro de perfume vazio e a Mecânica dos Sólidos sugou até o último fluído intelectual da minha cabeça, então resolvi expor aqui as minhas "publicações" no blog de Dee. Da primeira pra última:

Novidades são interessantes, nem sempre boas...

Cíclica da vontade

Resposta

Olho minhas mãos e não vejo nada

Dívidas que pagamos hoje

Madrugadas sem amanhecer

Algumas pinceladas coloridas

Enfim, que fiquem os links e eu por aqui...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Benefícios de um embate

Terceira postagem e até agora nada muito inspirado. É, não são tempos muito bons...

Mas essa eu achei uma coisa interessante a se dizer. Dizer o quanto se degladiar é proveitoso e benéfico.

Não se assuste, estou me referindo à uma boa e bela discussão. Por mais que esta não faça sentido e por mais que seja uma discussão homérica e infinita. Ainda assim, é magnífico colocar dois pontos de vistas opostos para se chocarem e ver o sangue escorrer.

E é só no "gingado" do combate, em argumentos obtidos de hora, em atacar e ser atacado que vemos o quanto temos fibra, o quanto podemos ser combatíveis e mais "interessantes" por assim dizer.

Por que interessantes? Simplesmente porque aqueles que não gostam de expôr seus argumentos e pontos de vistas, buscar por hipóteses miraculosas que venham a fundamentar suas idéias, por si só costumam ser pessoas vazias, sem conteúdo, superficiais.

Portanto abuse de sua individualidade ideológica e atire-a contra os outros para ver o que acontece. Experimente discutir religião com um ateu, socialismo com um extrema direita conservadora, e coisas assim. E provavelmente você não chegará a lugar nenhum e ambos os lados não mudarão de opinião. Isso após boas horas de discussão. Inútil, não?

De forma alguma. Se a discussão for longa e homérica o suficiente, e seu "adversário" for perspicaz o suficiente pra te por contra a parede e contra suas próprias palavras, então assim você verá o respeito que terá por ele. E aprenderá a respeitar opiniões. Além de ter o brilho nos olhos de no fim, não ter sido nem vitorioso, nem derrotado. Simplesmente feliz por ter combatido.

domingo, 12 de abril de 2009

Datas e Festividades

Pois bem, estou escrevendo agora (23:51) nos últimos 9 minutos do meu décimo nono aniversário, ao som de Sentenced, no escuro, no meu bom e velho quarto de bagunça.

Quando eu terminar de dizer o que tenho que dizer, provavelmente a meia noite ja terá ido, e eu estarei novamente em uma segunda, pronto pra tomar os tapas que me reservam. Enfim, não importa que horas eu acabe, o que de fato importa é que eu comece a correr essas linhas neste dia 12 de Abril. E assim seja.

E o que eu tenho pensado, todos os anos nos últimos anos, é que essa data ja não é mais o que costumava ser. Não me alegro mais em ver que mais 1 ano se foi, que o tempo não para. De certo sou adiantado, crise de meia idade aos 19 é capricho pra poucos. Bom, eu a tenho. E me incomoda.

As únicas coisas que me fazem esboçar um sorriso é a forma compulsiva com que como nessa data, ainda mais esse ano em que ela coincidiu com a páscoa, e as pessoas que vejo. É brilhante reunir pessoas e curtir o momento, e é por isso que, ainda mais que ontem, não suporto a passagem do tempo.

Confesso que não fiquei tão feliz quando completei 18, 19 é indiferente. Eu poderia ter esperado mais para poder dirigir, para comprar bebida sem ser importunado, para entrar onde só maiores entram. E sabe porque? Porque era emocionante esperar pelos 18. Era soberba a sensação de poder pegar umas latinhas de cerveja e juntar com os amigos, por mais que soubéssemos que cabeças rolariam se fossemos descobertos. Enfim, como ja dizem, só é emocionante quando é errado.

Agora são 0:02 e o Van Halen me acompanha nestes pensamentos insanos do recente fim de 19 anos completos. Me perdoem se isso tudo parece confuso, pois o é. São linhas escritas sem revisão ou critério literário algum, mas são linhas minhas. Bom início de semana a todos. 0:05 ao som de Danko Jones.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Apresentações que seguem um outro epílogo

De certa forma, nem sei porque estou fazendo uma apresentação à uma platéia de sombras, em uma terra de ninguém, mas enfim, que seja para ficar cravado nas linhas os motivos e os impulsos que me fizeram abrir este espaço.

Eu estava escrevendo em outro blog: http://naadaprafazer.blogspot.com/
E continuo a escrever por lá. Mas talvez menos, ou não. E isso tudo aqui nada mais é que meu terraço, meu canto pro céu, meu quarto bagunçado e minhas músicas. É meu.

E não para que alguém leia, mas para que eu possa ter o que fazer, e onde guardar as minhas coisas.

Prazer, Will. Aqui estarão presentes os lobos e as cinzas, neblinas e luas cheias.

Por enquanto, Adieu.